26 de abril de 2012

Celso Barbieri relembra como foi trabalhar com A CHAVE DO SOL

Celso Barbieri foi produtor de shows underground nos anos 80, além de ter empresariado algumas importantes bandas nacionais, como o MADE IN BRAZIL. Em seus recem-completados 60 anos de idade, Celso ajudou a cena rock brasileira, tendo trabalho como correspondente de revistas e iniciado o selo Devil Discos (por onde saiu o "A New Revolution" em 1990). Ex-membro do Partido Comunista Brasileiro, Barbieri criou um site para contar as memórias adquiridas em todos esses anos de estrada; é desse site que retirei o depoimento a seguir.

  http://www.celsobarbieri.co.uk/ 

Uma pena que a entrevista citada pelo jornalista não está mais on-line, caso contrário ela já estaria postada no blog. Infelizmente também a gravação de show parece ter desaparecido junto com a referida "Rádio 2b Star". Eram registros ótimos que adorei conhecer há alguns anos... talvez alguém se anime a os compartilhar com o blog...

Encerrando, lembro que as opiniões no depoimento abaixo são de responsabilidade do Celso Barbieri. Espero que vocês gostem!!!



"Na minha opinião a história da banda
A CHAVE DO SOL, grupo de rock formado em 1983 na cidade de São Paulo foi a historia de uma banda buscando, em vão, pelo vocalista certo.

"A CHAVE DO SOL com seu som que na falta de uma definição mais adequada só poderia ser definido como "fusion", isto é, a mistura de rock com elementos do jazz, sempre encontrou muita dificuldade para achar um vocalista que se encaixasse com o som da banda.

"A verdade é que nunca achei que a banda precisasse de um vocalista mesmo porque, um vocalista “Jazzy” com uma voz limpa e um talento tipo, vamos dizer, Sting ou Peter Frampton nunca seria fácil de se encontrar em São Paulo. Os vocalistas encontrados, não tinham nem o timbre de voz nem a postura de palco que combinassem com o som “clássico” da banda. O vocalistas encontrados ou não combinavam ou acabavam forçando a banda a mudar de estilo ou até de nome (
THE KEY)
Acho que com um pouco de esforço e dedicação o Rubens preencheria muito bem a função de vocalista. Quer dizer, na Chave o instrumental sempre falaria mais alto de qualquer forma.

"Muito embora eu classificasse o som da banda como um tipo de Jazz-Rock, eu diria que era um Jazz-Rock com a parte Jazz menos cansativa ao mesmo tempo que com a parte Rock mais voltada para o Hard Rock do que o Heavy Metal tradicional da época.

"No palco, raramente vi um entrosamento musical tão perfeito quanto o mostrado pelos músicos
Rubens Gióia (guitarra), Luiz Domingues (Tigueis) (baixo) e Zé Luiz (bateria).

"A CHAVE DO SOL sempre foi muito diferente das outras bandas dos anos 80 que produzi. A chave era uma banda exemplar. O profissionalismo da banda sempre foi perfeito. Produzi muitos shows da Chave. Seus músicos nunca me faltaram com respeito ou deixaram de estar na hora para a passagem do som, nunca questionaram minha honestidade ou levantaram qualquer dúvida quanto ao resultado da bilheteria. Por mais precário que fosse o sistema de som, estes músicos de forma tranqüila, sempre conseguiram miraculosamente tirar o melhor do equipamento à disposição e sempre agradeceram-me, ao vivo, durante o show.

"Um outro aspecto interessante é que se não bastasse a boa aparência dos integrantes da banda, a moçada sempre mostrou muito bom gosto e elegância na escolha das roupas usadas nos shows. Talvez por isto mesmo, A Chave do Sol foi uma das primeiras bandas a trazer o público feminino para os concertos.

"A Chave, pela qualide como músicos e atitude respeitosa para com as outras bandas, sempre gozou do respeito geral dos outros músicos da época, A Chave foi uma das únicas bandas deste período que a imprensa “poposa” não teve como chamar pejorativamente de “metaleira”.


"Eu sugiro que o visitante leia a entrevista muito interessante que o Rubens Gióia deu para o
Mundo do Rock. (clique aqui)

"A gravação que coloco à disposição aqui na
Rádio 2bStar foi feita no Teatro Lira Paulistana dentro do Projeto SP Metal numa noite em que o vocalista Fran não pode comparecer porque estava doente. Nesta noite, para minha satisfação, a Chave desfiou o seu repertorio antigo. O Técnico de som foi Can Robert. Como sempre a qualidade do som é pobre pois foi tirado um saída para retorno de palco.

Por
A. C. Barbieri"

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